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SP - Funcionários da gestão Kassab são presos por fraude de R$ 200 mi
Uma operação do Ministério Público do Estado de São Paulo
			
			Fonte: Jornal ContábilTags: SP -		
		Uma operação do Ministério Público do Estado de São Paulo, realizada na manhã desta quarta-feira (30/10), após investigação em conjunto com a Controladoria Geral do Município de São Paulo, resultou na prisão de quatro agentes públicos ligados à Subsecretaria da Receita da Prefeitura da Capital. Eles são apontados como integrantes de um grande esquema de corrupção que causou prejuízos calculados em pelo menos R$ 200 milhões aos cofres públicos, somente nos últimos três anos. Todos são investigados pelos crimes de corrupção, concussão, lavagem e dinheiro, advocacia administrativa e formação de quadrilha.
Na  operação foram presos R.B.R., ex-Subsecretário da Receita Municipal  (exonerado do cargo em 19/12/2012); E.H.B., ex-Diretor do Departamento  de Arrecadação e Cobrança (exonerado do cargo em 21/01/2013);  C.d.L.L.A., ex-Diretor da Divisão de Cadastro de Imóveis (exonerado do  cargo em 05/02/2013), e o agente de fiscalização L.A.C. de M.. Além das  prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências  dos servidores e de terceiros, assim como nas sedes das empresas ligadas  ao esquema.
A  operação ocorreu nesta Capital, em Santos e também em Cataguases, Minas  Gerais, e mobilizou mais de 40 pessoas, entre Promotores de Justiça,   agentes da Controladoria Geral do Município, e das Polícias Civis de  São Paulo e de Minas Gerais. Também foi determinado pela Justiça o  sequestro dos bens dos envolvidos e das empresas por eles operadas. Nas  investigações, iniciadas há cerca de seis meses e que contaram com o  apoio da Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico e  dos componentes da Agência de Atuação Integrada de Combate ao Crime  Organizado (Secretaria de Segurança Pública, Polícia Civil e Polícia  Federal), apurou-se que os quatro auditores fiscais do Município de São  Paulo montaram um grande esquema de corrupção envolvendo os valores do  ISS cobrado de empreendedores imobiliários. A elucidação começou a  partir a partir da identificação, pela recém-criada Controladoria Geral  do Município, de auditores fiscais que apresentavam fortes indícios de  evolução patrimonial incompatível com a respectiva remuneração. Também  foi identificado que a análise da cobrança de ISS de grandes  empreendimentos imobiliários da Capital era direcionada para o grupo  criminoso.
O  recolhimento do ISS – calculado sobre o custo total da obra – é  condição para que o empreendedor obtenha o “habite-se” e os auditores  fiscais sempre emitiam as guias com valores ínfimos e exigiam dos  empreendedores o depósito de altas quantias em suas contas bancárias.  Sem isso, os certificados de quitação do ISS não eram emitidos e o  empreendimento não era liberado para ocupação.
Por  meio de análise estatística efetuada pelo seu setor de inteligência e  de produção de informações estratégicas, a Controladoria do Município  constatou que nas obras sob a responsabilidade desses auditores fiscais a  arrecadação do ISS era substancialmente menor ao percentual arrecadado  pela média dos outros servidores que atuavam na mesma área. Como  exemplo, uma grande empresa empreendedora recolheu, a título de ISS, uma  guia no valor de R$ 17,9 mil e, no dia seguinte, depositou R$ 630 mil  na conta da empresa de titularidade de um dos auditores fiscais. O valor  da propina corresponde a 35 vezes o montante que entrou nos cofres  públicos.
As  investigações também descobriram que empresas incorporadoras  depositaram, em um período inferior a 6 meses, mais de R$ 2 milhões na  conta bancária da referida empresa de titularidade de uma dos  investigados. O esquema tinha como foco prédios residenciais e  comerciais de alto padrão, com custo de construção superior a R$ 50  milhões. O Ministério Público investiga se as empresas foram vítimas de  concussão, porque não teriam outra opção para  obter o certificado de  quitação do ISS,  ou se praticaram crime de corrupção ativa, recolhendo  aos cofres públicos valor aquém do devido.
Grande  parte do dinheiro obtido ilicitamente era depositada na conta bancária  de uma empresa de administração de bens em nome de L. A. C. de M. e da  esposa dele. Depósitos em cheque também foram identificados. Um dos  membros do grupo, R. B. R., mantinha um escritório no Largo da  Misericórdia, a 300 metros da sede da Prefeitura, montado para atender  aos interesses do grupo criminoso em detrimento do Patrimônio Público  Municipal.
O  Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime de Formação de Cartel e  à Lavagem de Dinheiro e de Recuperação de Ativos (GEDEC) apurou que os  quatro auditores fiscais construíram patrimônio superior a R$ 20 milhões  com o dinheiro desviado dos cofres públicos. Dentre os bens adquiridos  criminosamente e sequestrados estão apartamentos de luxo, flats, prédios  e lajes comerciais, em São Paulo e Santos, barcos e automóveis de luxo,  uma pousada em Visconde de Mauá (RJ) e um apartamento duplex em Juiz de  Fora (MG). 
Na  operação desta quarta-feira foram apreendidos com os quatro  investigados  motos e carros importados, grande quantidade de dinheiro  (reais, dólares e euros), documentos, computadores e pen-drives.
	