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RS - Cadastro no Nota Fiscal Gaúcha será obrigatório para empresas
A exigência no ano que vem deve ser aplicada gradativamente por setores.
O cadastro de empresas no programa Nota Fiscal Gaúcha (NFG) será  obrigatório a partir de janeiro de 2013. O secretário estadual da  Fazenda, Odir Tonollier, disse nesta quinta-feira, após o lançamento da  iniciativa que pretende aumentar em R$ 100 milhões a arrecadação  estadual por meio da distribuição de prêmios em dinheiro em 2013, que  este ano será de transição, com adesão ainda voluntária dos  estabelecimentos. A exigência no ano que vem deve ser aplicada  gradativamente por setores. O principal alvo do programa é o varejo, que  soma 230 mil estabelecimentos e que concentraria maior índice de  sonegação. A meta é que todos os setores estejam inseridos em até três  anos. A inscrição das empresas já começou e pode ser feita pelo www.notafiscalgaucha.rs.gov.br. 
Nos  pontos de venda, o consumidor deverá pedir o cupom fiscal com seu CPF  para poder participar dos sorteios, que só começarão em abril do ano que  vem. Em 2013, a cifra total será de R$ 18 milhões, prevista no  orçamento estadual. Em 2014, haverá um sorteio especial, em março, de R$  1 milhão. Cada R$ 1,00 gasto equivalerá a um ponto. A cada 100 pontos  acumulados, o cidadão se habilita aos prêmios. A partir de outubro, as  pessoas se cadastrarão no site e terão de indicar entidades beneficentes  (da área social ao esporte amador) para concorrer. O contribuinte fará a  opção ao se cadastrar e poderá mudar a escolha a qualquer momento.  Tonollier aposta que a divulgação das entidades garantirá a participação  da população. “Depois elas terão de prestar contas do uso dos  recursos”, avisou o titular da Sefaz.
O casal de dentistas Andrea  Albuquerque e Miguel Ângelo Rodrigues admitiu, logo após tomar café em  um estabelecimento a uma quadra do Palácio Piratini, onde a Nota Fiscal  Gaúcha estreava oficialmente, que nunca pede nota das despesas de  alimentação. E são raros os locais que voluntariamente emitem - da  cafeteria ao restaurante mais sofisticado. “Do cafezinho ao restaurante,  nunca pedimos. Sabemos que deveríamos fazer isso e o dono fornecer, mas  falta alguma compensação”, disse Andrea, que costuma pegar cupom na  compra de materiais que usa no trabalho e que pode deduzir de Imposto de  Renda. Os dois apostam na nova ação. “Lembro do Paguei Quero Nota. Mas  tem de ter o hábito”, preveniu Rodrigues. Para a cúpula da Fazenda, só  vai funcionar se o consumidor cobrar o cupom fiscal ao caixa.  
A  nova versão de campanhas vinculando a nota fiscal a sorteios integra o  programa Solidariedade. Com a versão online, as urnas existentes nos  estabelecimentos para receber cupons serão eliminadas. “O benefício  garantido será social, e não para o cidadão individual”, justificou o  secretário, que admitiu ter estudado o modelo paulista, que permite usar  pontos acumulados no abatimento de débitos com impostos. O governador  Tarso Genro visitou o colega de São Paulo, Geraldo Alckmin, para  conhecer a iniciativa e teria ouvido do interlocutor: “Ele recomendou  que o modelo da Nota Fiscal Paulista não era o caminho”. Segundo a  Sefaz, a prova de que a fórmula paulista não teria dado tão certo é que o  estado passou a incluir sorteio. O site da Nota Paulista mostra duas  opções – crédito e prêmios. 
A inclusão do número de cadastro de  pessoa física exigirá que principalmente micro e pequenos negócios  invistam em mudanças no sistema para incluir a informação. Segundo  Tonollier, o número seria pequeno devido aos programas em vigor da nota  eletrônica. “É um conjunto pequeno, que hoje não tem a informação na  nota.”
O presidente do Sindicato dos Lojistas da Capital  (Sindilojas), Ronaldo Sielichow, que é vice-presidente-financeiro da  Fecomércio-RS, entidade que apoia a NFG, admitiu que a medida envolverá  custos. “Tudo tem custo”, lembrou. Para ele, a campanha transfere ao  cidadão a tarefa de garantir o pagamento de imposto, ante a “impotência  da fiscalização”. Para integrar sistemas e garantir armazenamento de  dados, a Sefaz calcula investimento de R$ 10 milhões.
